27 de junho de 2012

Pesquisa internacional investiga variedades de plantas antigas mais nutritivas

Um grupo de pesquisa formado pelo Royal Botanic Gardens, Kew, pela Universidade de Cranfield e pela empresa Unilever, no Reino Unido, tem se dedicado a investigar variedades de plantas antigas que apresentem um maior conteúdo nutricional em comparação com as variedades mais cultivadas hoje. O foco do estudo são variedades "pré-domesticadas", isto é, que tenham se modificado pouco pelos processos de cultivo ao longo da história, e que, embora ainda disponíveis em certas partes do mundo, são subutilizadas  por terem pouco apelo comercial. 



A pesquisa já revelou o potencial de uma antiga variedade da maçã Egremont Rousset, que apresenta até dez vezes mais nutrientes do que algumas das variedades modernas de maçã mais consumidas. A hipótese é de que, assim como a Egremont selvagem, outras variedades de plantas que foram preteridas ao longo dos séculos apresentem também maior riqueza nutricional. Além de maçãs, a busca inclui variedades de banana, cebola, manga e chá.  Embora seja cedo para dizer se o plantio das espécies investigadas será viável economicamente, é possível que elas sejam futuramente incluídas em alimentos e bebidas industrializados (lembrando que a pesquisa envolve a Unilever). 

Mas esperemos que os benefícios da pesquisa, do ponto de vista científico e nutricional, possam ir muito além de oferecer novos insumos à indústria. Segundo depoimento de Monique Simmonds, do Royal Botanic Gardens, ao The Independent, o projeto abre a inestimável oportunidade de se ampliar o conhecimento sobre a diversidade de fitonutrientes nas plantas e permitirá compreender se essa diversidade decresceu pelo processo de domesticação.  Em um momento em que estamos perdendo tanto da nossa biodiversidade devido a mudanças no uso da terra, frisou a pesquisadora, poderemos avaliar o impacto negativo dessa perda em nossa saúde.   Já segundo o pesquisador Leon Terry, da Universidade de Cranfield, o projeto chama a atenção para a necessidade de haver uma mudança de paradigma na maneira como a indústria alimentícia seleciona seus ingredientes. Prioriza-se, hoje, insumos que levem a uma melhor aparência, menor preço ou maior potencial de estocagem do produto final, ao invés de se valorizar frutas e vegetais que agreguem maior conteúdo nutricional. 

Para ler as reportagens sobre o tema:
http://oglobo.globo.com/ciencia/busca-por-alimentos-antigos-revela-maca-mais-nutritiva-5328639
http://www.independent.co.uk/life-style/health-and-families/health-news/study-examines-health-benefits-of-older-varieties-of-fruit-7636234.html

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